9. Apresentação

Espaço cénico:

  • Um Jardim, árvores em volta e uma carta esquecida no banco do jardim, chovendo.
  • Uma rapariga (narradora) entra em cena, com um guarda-chuva e senta-se no banco (que serão duas cadeiras). Repara que ao lado está uma carta sem remetente. Abre-a e começa a ler o texto abaixo com a devida expressividade e no final sai de cena.
Na carta, a manuscrito:
«Eu sou cores, eu sou tinta, eu sou pincéis. Eu sou eu, mas tenho medo.
"Eu vou arriscar-me a mim".
A mim, eu... Eu que sou tintas e cores nunca antes vistas, trémulas.
A mim, a tinta, a tinta, o medo... A tinta que me corre nas veias.
O medo, o mundo, não há mundo, só vento, vento e vento e medo.
O vento, o velho intenso sopro do coração.
Eu sou a minha liberdade, tela mal pintada mas verdadeira, tortas pinceladas.
"Eu vou arriscar-me a mim", no palco da vida, na tela da verdade, a verdade, a verdade da liberdade. Mas tenho medo.
Medo, medo, medo... Tenho medo. E se o sucesso não me bater à porta?! E se eu não for tintas?! Medo, medo, medo. Talvez eu seja apenas medo, puro medo incertamente escuro. Ou claro, um lençol de luminosidade branca sem limites. Talvez o medo seja um balanço de contrastes entre o branco e o preto, talvez eu seja um contraste.
Mas eu sou cores, ou pelo menos tento.
Ainda assim, mesmo com medo, vou arriscar todo o crescimento, todo o conhecimento, todo o meu futuro no mundo das artes.
Com medo? Sim.
Com segurança? Talvez não.
Acreditando no que sou capaz? Sem dúvida!!
Mas tenho medo...»






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